25 de maio de 2009



ENSAIO DE ADORNO – EDUCAÇÃO APÓS AUSCHWITZ


Após a leitura do texto de Theodor Adorno, pode-se apontar como um dos motivos que predispôs os indivíduos a aceitarem o nazismo e a barbárie, foi a forma de pensar da sociedade alemã, por não criticar as autoridades de seu país e aceitar as determinações desta, sem questionamentos. O governo, na época nacionalista, pregava uma Alemanha para alemães, excluindo as outras pessoas de qualquer tipo de direito, inclusive o de viver.
Mesmo a sociedade alemã sendo organizada e detentora de grande cultura, foram-lhe incutidos fatos que a desagregaram do ponto de vista social e humano, fato este provocado por importantes lideranças políticas e militares, fazendo assim, com que a sociedade ficasse sem reação, inerte, frente às barbáries cometidas.
Também o modelo de educação da época é citado por Adorno, pois o mesmo era pautado pela severidade e disciplina rigorosa, podendo assim, ser facilmente conduzida para a barbárie, supondo que a severidade consigo mesmo, leva à severidade com o outro.
A modernidade dos recursos tecnológicos da época, segundo Adorno, também foi motivo para a ocorrência dos assassinatos em massa de pessoas inocentes, crianças, mulheres e idosos.
Para Adorno, parte da solução para que esta barbárie não se repita, está na educação. Uma educação humanizada, que se inicia na primeira infância, não fazendo distinção de raça, cor, religião, onde todos são respeitados.
A educação humanizada deve incentivar e estimular a reflexão desde a infância. Quem pensa com autonomia, determinação, clareza e conhecimento dos fatos, pode lutar e resistir contra o poder cego de qualquer espécie, à brutalidade, à violência.
Meu ponto de vista é que o investimento na educação desde a infância, pressupõe a não repetição da barbárie. Uma educação humanizadora, de respeito ao outro, contra a violência e a manipulação Voltada para os princípios de solidariedade, amor e resistência à opressão.
A educação é solução para que a barbárie não se repita porque educação leva ao conhecimento, ao esclarecimento. O indivíduo esclarecido não se deixa levar e muito menos se deixa manipular. Através da autonomia e esclarecimento, o sujeito pode fazer suas escolhas e tomar suas próprias decisões.

Após a realização deste trabalho, posso dizer que ainda vemos em nossas escolas barbáries realizadas por professores.

Alunos tratados com um rigor exagerado, onde não se vê carinho, nenhum tipo de afetividade na relação professor/aluno.

Alunos tratados com amorosidade são menos rebeldes e se relacionam melhor no ambiente escolar.

Também vemos a barbárie nos moradores de rua. Passamos e não fazemos nada e muitas vezes até atravessamos a rua para não passar por perto.

Será que nestas situações também não estamos sendo coniventes com a barbárie de Auschwitz?

RELATO – FILME “O CLUDE DO IMPERADOR”


O filme Clube do Imperador traz à reflexão quem o assiste. Diferentes cenas me fizeram refletir sobre a minha prática em sala de aula. Quantas vezes nos deparamos com situações onde temos que tomar decisões que podem mudar a vida de um aluno. Em que momentos acertei? E em quais errei? Será que minhas decisões foram as mais acertadas? O filme trouxe-me uma angústia, mas também trouxe a certeza de que não sou infalível, e que sempre diante de um dilema ou conflito procuro fazer o melhor por meu aluno.
Acredito que um dos momentos mais críticos para o professor aconteceu quando o mesmo avaliava os testes de seus alunos. Estas produções avaliavam o grau de conhecimento de cada um sobre a vida de Júlio César, para um tradicional concurso da escola. Mínimos erros ou acertos eram considerados, diante da rigorosidade do concurso. Ao final da testagem, apenas um ponto separa dois alunos para a classificação. Um deles, um excelente aluno, aplicado, responsável e filho de um dos ganhadores do concurso em anos anteriores. O outro aluno, um menino arrogante, indisciplinado, com sérios desvios de caráter e filho de um político sem escrúpulos. Este aluno aparentemente dá indícios de querer modificar seu comportamento, dedicando-se aos estudos para o referido concurso.
Depois de refletir, questionar-se, ponderar sobre a questão, o professor decide dar uma oportunidade a este jovem, colocando-o na frente do real classificado. Com esta atitude, o professor pensa estar motivando-o, valorizando-o, dando-lhe uma oportunidade para a transformação de seu caráter.
Princípios morais como a honestidade, a verdade, a justiça, estão contidos nesta decisão do professor. Princípios estes que sempre fizeram parte de seu caráter e que sempre passou para seus alunos. Com sua decisão viu seus valores serem abalados, porém considerou que valeria a pena para a recuperação de seu aluno. Analisando esta situação, vê-se que ela se contrapõe, pois com a sua desonestidade, o professor queria que seu aluno se tornasse um homem de caráter e seguisse o caminho da retidão. Neste caso também a verdade foi burlada, pois o resultado dos testes foi forjado.
A justiça revelou-se no momento em que o professor percebeu que o aluno tentava vencer o concurso de forma ilícita. Não admitindo este ato, o professor encontra uma forma de reverter a situação, fazendo-lhe uma pergunta que ele, o professor, tinha certeza que seu aluno não saberia responder. O professor toma esta decisão, mesmo após o diretor da escola dizer-lhe que continuasse, pois o mesmo era filho de um senador. Esta atitude foi a forma que o professor encontrou para que a injustiça não se concretizasse e também serviu para se redimir do que havia feito anteriormente, mesmo que seu ato tenha sido por uma boa causa.
O professor vive momentos de frustrações em sua vida, pelo fato de não ter conseguido recuperar seu aluno e pela sensação de ter sido desleal com o outro aluno que na realidade merecia estar na final do concurso. Os anos passaram, mas aquele dia permaneceu em sua memória.
Anos depois, o professor se depara com a mesma situação e com as mesmas pessoas. A esperança de que aquele menino estudante tivesse mudado e se transformado numa boa pessoa cai por terra, pois ao encontrá-lo novamente constata que ele se tornara um homem totalmente sem escrúpulos, tal qual seu pai. Na reconstituição do concurso, usa artimanhas para ganhá-lo, da mesma forma como fizera na escola.
No mesmo encontro, o professor se surpreende com uma homenagem que seus ex-alunos lhe proporcionam em reconhecimento pela sua dedicação, profissionalismo e valores morais que conseguiu passar-lhes e que se perpetuaram ao longo de suas vidas. Com esta atitude dos alunos, o professor percebe que nem sempre conseguimos incutir valores e bons exemplos na totalidade daqueles com quem trabalhamos e que não podemos nos sentir fracassados ou frustrados por não consegui-lo. Muito pelo contrário, como mostrou o filme, a grande maioria seguiu seus ensinamentos e é desta forma que devemos avaliar nosso trabalho, através da maioria.
Apesar da intenção do professor ao agir daquela maneira, tenha sido para fazer o bem, não é fácil dizer se ele foi correto ou não.
Analisando friamente a sua atitude, apesar da sua boa intenção, ele não foi correto. Se ele tivesse usado de sua honestidade com aqueles dois alunos, suas histórias poderiam ter sido diferentes. Se tivesse contado a verdade ao aluno, dizendo-lhe que havia se saído muito bem e que estava no caminho certo, mas que ainda não estava preparado para a final do concurso, talvez o resultado fosse outro e lhe trouxesse mais benefícios. Se assim o tivesse feito, talvez o garoto aprendesse que longas batalhas são necessárias para se chegar à vitória, que precisamos agir com persistência e bons princípios, que a verdade prevalece sempre, mesmo que seja dolorida.
E se nenhuma dessas suposições tivesse acontecido e ele desistisse mesmo assim de ser uma pessoa de bom caráter, assim mesmo teria valido a pena, pois o professor teria agido de acordo com seus valores morais e sua consciência.
Vivemos num mundo onde as pessoas não são cem por cento corretas. Nem mesmo os melhores exemplos conseguem mudar o modo de agir de alguns. Infelizmente pessoas com desvios de caráter estão presentes em nossa sociedade. O que podemos fazer é tentar fazer o melhor possível para dar bons exemplos aos nossos alunos, incutindo-lhes valores morais que façam com que se tornem bons cidadãos.

6 de maio de 2009

INCLUSÃO

Falar de inclusão para mim é sempre gratificante! Olha esta foto aí...é da minha pérola!!!! Foram quatro anos juntas.... nosso amor não tem tamanho!!! É uma história loooonga!!!
Mas não vou contar agora, mesmo porque venho falando nisto desde que iniciei no PEAD.
O que quero dizer agora, é que sempre busquei saber muito sobre Síndrome de Down por causa desta aluna, mas nunca procurei saber sobre as lei da inclusão. Esta disciplina me fez ler sobre o assunto...Quanta lei...quanto decreto...quanta resolução... Como nós temos direitos...segundo as leis... Bah!!! Aprendi muuuuito!!!! Talvez se fosse há quatro anos passados, eu exigiria tudo o que sei hoje que tenho direito, por ter um aluno com necessidades especiais. Eu era analfabeta sobre este tipo de lei. Mas juntando minha experiência com a teoria, posso dizer que, após todas as leituras, que deveriam primeiro ter adaptado as escolas, proporcionado formação para os professores, dado condições dos municípios de se adaptarem e acima de tudo, respeitar as crianças com necessidades especiais, antes de fazer as leis!!!!! Conhecer as leis foi muito importante...saber que quando eu tiver um aluno com NEEs em minha sala de aula, eu como professora, tenho direito a melhores condições para atender este aluno...EU VOU BRIGAR!!!!!! Agora eu conheço as leis.....Posso exigir!!!!
OBS: A foto foi publicada com autorização da mãe.

ESTÁGIOS DO DESENVOLVIMENTO



Falamos em estágios do desenvolvimento desde o Magistério...que saudade!!! Quase trinta anos!!! Posso dizer, com certeza, que nunca aprendi tanto quanto agora. Na realidade, quando estudamos sobre esta questão no Magistério, nem sabíamos para que nos serviria...agora eu sei...e coloco aqui uma de minhas participações no Fórum:

04/05/2009 21:29:49
CLEIDE MARIA DA SILVA RENNER DE A...
Clara, também estou com este sentimento...A distorção idade/série é tão grande em nossas turmas, que que realmente não sei extamente como proceder. São tantos problemas detectados... Na mesma turma, crianças com 8, 9, 10, 11 e até 14 anos, como é o caso da minha turma. São tantas diferenças... e cada um com suas peculiaridades, sua caminhada. Ainda preciso de muito estudo para conseguir ajudar estas crianças efetivamente. Sabendo o estágio do desenvolvimento que cada uma se encontra, poderemos saber o porquê de muitas dificuldades que nossos alunos apresentam em sua aprendizagem.

06/05/2009 09:47:44
TANIA BEATRIZ IWASZKO MARQUES
Clara e Cleide estão fazendo reflexões bem importantes sobre como o conhecimento do processo de desenvolvimento pode auxiliar a tarefa docente. Não é fácil, mas dá pistas de onde podem estar alguns problemas.

No momento em soubermos avaliar o estágio em que nosso aluno se encontra, poderemos ajudá-lo com muito mais eficácia.
Se conseguirmos identificar o processo de desenvolvimento de nossos alunos, poderemos ajudá-los na sua aprendizagem e entender os problemas identificados e que parecem não ter solução. Talvez este aluno precise "começar de novo", e não partir de onde eu acho que ele está. "Graaannnnde" professora Tãnia! Como passei a entender melhor os meus "alunos problema", depois do estudo das fases do desenvolvimeto. Piaget tem razão...ninguém aprende aquilo que não tem condições de assimilar...

O ANTROPÓLOGO


Na disciplina de Filosofia, uma das atividades foi a participação em um Fórum que tratava de questões morais. Um antropólogo, que foi para uma ilha estudar a cultura do povo que ali morava. Chegando lá, ele se viu em frente a um impasse: mentir para aquele povo e contimuar sua pesquisa ou falar a verdade e arriscar-se a morrer ou não poder desenvolver sua pesquisa? Ele resolveu mentir. A mentira é uma questão moral que nos abala profundamente. Que lição podemos tirar a partir disto? Concordo com o antropólogo. Se estivesse no lugar dele faria o mesmo...

Por quê?

Colocando-me dentro de uma sala de aula...Em uma situação difícil com um aluno. Se uma mentira fizer com que o meu aluno se torne uma pessoa melhor, que o faça crescer como cidadão, que venha de encontro com o seu crescimento...eu vou mentir para ele!!! Às vezes uma mentira tem muito mais poder que a verdade...e a partir daí ela se torna A VERDADE!!!!

PRECISO ME OLHAR


Todos os dias estamos sempre aprendendo. Nossa aula de Questões Étnico-Raciais veio para me fazer um grande alerta! Preciso me olhar!!! Precisávamos levar um espelho. A curiosidade do por quê foi grande... Era para nos olharmos...
nos vermos...nos enxergarmos!!! Pelo menos para mim foi assim. Na realidade era para buscarmos nossos traços, semelhanças, nossa etnia... No primeiro momento, vi minha mãe naquele espelho...somos muito parecidas. Depois vi a Cleide... me vi... Bárbaro!!!! Como eu envelheci!!! E não havia notado...Sabe quando a gente passa na frente do espelho? Era assim que eu estava fazendo...passando correndo na frente do espelho...eu não me via!!! Incrível!!! Mas foi maravilhoso...aprendi que preciso me cuidar mais, me arrumar mais, lembrar de mim!!! Talvez este não tenha sido o objetivo da aula, mas com certeza me fez muito bem. Estou olhando mais o espelho...para me ver...cuidar de mim...e ser feliz!!!!

1ª AULA PRESENCIAL



Hoje consigo falar sobre o assunto porque foi um período de grande aprendizagem.De acomodação e assimilação.Confesso que a primeira aula foi um balde de água fria no meu entusiasmo.A fala da professora Marie Jane sobre nossos PAs me deixou, naquele momento, enfraquecida. Foi preciso tempo e a 2ª aula com ela, para que eu entendesse o por quê daquele tipo de fala. Achei que ela falou muito mal dos nossos PAs. Naquele dia saí de lá triste e achando que tudo o que tínhamos feito anteriormente estava literalmente errado. Conversei com muitas colegas e elas também estavam com o mesmo sentimento. Quando tivemos a segunda aula, consegui entender que o que a professora queria era nos desacomodar, dar uma "mexida", e nos fazer entender que podemos muito mais. Que podemos sempre melhorar, aperfeiçoar o nosso trabalho. Me fez ver, com suas críticas ao nosso trabalho, que nem sempre aquilo em que acreditamos estar certo é o correto. Que devemos sempre pensar além. Com certeza o nosso próximo PA terá muito mais qualidade. Foi uma aprendizagem sofrida, mas muito valiosa.