13 de outubro de 2009

NARRATIVA DE HISTÓRIA


Na disciplina de Linguagem e Educação, após a leitura do Texto 3 – Tem um monstro no meio da história (GURGEL, 2009) e a assistência do vídeo 1: Pensamento infantil – A narrativa da criança, disponível em http://revistaescola.abril.com.br/crianca-e-adolescente/desenvolvimento-e-aprendizagem/pensamento-infantil-narrativa-crianca-489339.shtml e do áudio: narrativa de um adulto, deveríamos fazer o seguinte trabalho de campo: Peça que uma criança ou um adulto em fase inicial de escolarização conte uma história (não é necessário que seja seu aluno ou que estude na sua escola). Faça a gravação e/ou transcrição da narrativa e após, faça uma análise a partir do texto lido, do áudio e do vídeo.
Fiz o trabalho com meu vizinho, que tem 3 anos e 6 meses, pois meus alunos são de 3º ano e tem mais de sete anos.
Ele me contou a história de uma abelhinha.
Fiquei encantada com sua narrativa, a imaginação e fantasia.
Ele foi espontâneo, mudava o tom de voz e fazia gestos para tornar mais real o que estava dizendo.
Normalmente meus alunos contam histórias, mas não desta forma. Contam histórias que conhecem, de uma forma mecânica, quase decorada.
Aprendi que a narrativa nesta fase é uma brincadeira e que misturar o real com o imaginário é normal e muito importante para o desenvolvimento cognitivo e afetivo das crianças. Também que a narrativa é um trabalho de criação e com certeza o é, pois o menino mostrou um trabalho rico, onde ele utiliza palavras avançadas para sua idade, coerência, lógica e seqüência na narrativa dos fatos.
No vídeo é comentado que “ler textos de boa qualidade aprofunda a narração...”. Vê-se na narrativa de Bernardo que é uma criança que está acostumada a ouvir histórias e que é incentivado para isso.
Com tudo isso, posso concluir que a oralidade junto com o contato da leitura e da escrita tem papel importante no processo de letramento, pois nessa interação a criança vai construindo a sua fala, e a sua relação com o mundo.
Adorei o trabalho e vou começar a incentivar mais os meus alunos para a contação de histórias.

ALFABETIZAÇÃO DE ADULTOS

Já comentei que falar da EJA para mim é sempre muito bom.
Nesta interdisciplina, fizemos a leitura do texto HARA, Regina. Alfabetização de adultos: ainda um desafio. 3. ed. São Paulo: CEDI, 1992, para posterior discussão no fórum. Reproduzo aqui algumas de minhas participações, que demonstram minha aprendizagem.

Como professora da EJA por mais de nove anos, concordo com a autora quanto aos desafios enfrentados pelos professores nesta modalidade de ensino. Além da diversificação de temas a serem trabalhados, enfrentamos a falta de motivação dos alunos, seu cansaço, seus problemas familiares, o grande número de faltas e a evasão.Esses alunos, quando vem para a EJA, trazem a imagem da experiência que tiveram quando crianças, então querem \"quadro cheio\", muitos conteúdos e por isso não aceitam as diferentes formas que procuramos trabalhar.A maior dificuldade realmente é a evasão, por vários fatores e entre eles destaco o cansaço depois do trabalho, a lentidão no aprender, a conciliação de horários e sem contar que muitos não tem dinheiro para pagar a passagem até a escola.Como cita a autora, realmente a escolarização tem menor peso em relação a sua sobrevivência. Então preferem abandonar a escola, principalmente quando tem um emprego ou um sub-emprego, mas é o que lhes da suporte na alimentação, moradia e outras necessidades pessoais e familiares.`Para suprir estas necessidades, deixam sua escolarização de lado, até porque, em muitos casos, a escola os faz pensar sobre suas realidades. Essas realidades lhes impoem conflitos. Muitos buscam a recuperação ou conquista de um lugar melhor na sociedade e outros simplesmente abandonam, achando que não irão conseguir, interrompendo seus sonhos.Para ilustrar tenho a história de uma aluna que trabalhava como cozinheira e sustentava a família toda. As filhas não conseguiam emprego e o marido havia sido demitido. Ela sempre contava sobre o sonho que tinha de mudar de vida. Trabalhávamos muito sobre temas como realização de nossos sonhos, melhoria de emprego, mercado de trabalho, mudança de emprego, entre outros.Ela correu atrás, mudou de estado, batalhou e hoje é dona de restaurante, onde trabalha com toda família. Mantemos contato até hoje e o que ela sempre me diz é que foram nossas aulas que deram força para ela perseguir seu sonho e torná-lo realidade.

Quanto a formação de professores para trabalhar com alunos da EJA, mais uma vez concordo com a autora, pois quando comecei a trabalhar com adultos não tinha nenhuma experiência e foi um grande desafio. Tivemos alguns poucos cursos de formação que praticamente nada acrescentaram. A experiência vem com a prática. Erramos algumas vezes, outras acertamos e com adaptações vamos encontrando o caminho. São frustações e alegrias acumuladas que nos dão força para ir em frente.\"... a prática da sala de aula, nos momentos de leitura da palavra, não pode ser contraditória com a leitura do mundo.\" Esta frase lembrou-me um episódio que ocorreu num primeiro dia de aula, onde os alunos deveriam colocar oralmente sobre os objetivos de estarem ali. Uma das respostas foi: \"quero fazer minha carteira de motorista\". Essa resposta, de um senhor de cinquenta anos, que mal conseguia escrever seu nome e ler algumas palavras, levou-me a pensar o como trabalhar com ele. Enfim, naquele mês todos nós ficamos conhecendo muito sobre trânsito. Também imprimi algumas provas teóricas e meu aluno estudou bastante em casa. Finalmente ele conseguiu o seu objetivo: tirar sua carteira de motorista



COMÊNIO


A interdisciplina Didática, Planejamento e Avaliação deu-me a oportunidade de conhecer sobre a vida e obra de Comênio, o "pai da didática".
O trabalho consistia nas leituras e em responder duas perguntas. Uma delas reproduzo aqui, pois retrata a minha aprendizagem com esta atividade.
Você encontra no seu cotidiano escolar elementos da pedagogia do Comênio? Elabore sua resposta analisando as relações entre as idéias deste autor e seu contexto de trabalho.
Com certeza encontro no meu cotidiano escolar elementos da pedagogia de Comênio. Apesar da época em que foram escritas, suas idéias são muito atuais. A consideração com o aluno, respeitando sua capacidade e motivando-o para a aprendizagem, levando em conta a sua realidade e experiências, é a forma com que procuro trabalhar. Também o ensino para todos, sem discriminação, podemos ver na Educação de Jovens e Adultos, onde as pessoas buscam preencher lacunas que por vários motivos ficaram no passado. Também quanto à afetividade entre professor e aluno a que Comênio se refere considero importantíssima. Não acredito na aprendizagem sem vínculos de amor, carinho e dedicação entre as partes. Mesmo no seu tempo Comênio foi muito atual. Com certeza sua pedagogia é utilizada nas escolas de hoje facilitando a aprendizagem dos alunos.
Percebe-se que Comênio preocupava-se com a aprendizagem dos alunos e foi um inovador em seu tempo.
Há muito venho dizendo que esta caminhada vem me fazendo mudar as práticas pedagógicas, com o trabalho mais voltado para a realidade do aluno, utilização de jogos, brincadeiras, entre outros recuirsos, porém ainda sinto que me falta, que tenho em minha prática uma mistura do velho e do novo e que algumas coisas parecem não querer mudar. Bem, afinal são tantos anos, que estou muito satisfeita com minhas mudanças até agora, pois nada consegue se transformar ~totalmente em tão pouco tempo.

MUDAR AS PRÁTICAS

A interdisciplina de Linguagem e Educação, em uma de suas atividades, nos levou a pensar ou repensar nossas práticas pedagógicas.
A leitura do Texto 2 – Modelos de letramento e as práticas de alfabetização na escola (KLEIMAN, 2006), nos fez concluir que realmente a escola precisa mudar as práticas de letramento que utiliza a escrita e a leitura como algo diferenciado da realidade do aluno. Escola e educadores trabalham textos alheios ao contexto social dos mesmos,não suscitando o interesse.
É muito importante que se priorize a oralidade e as vivências dos alunos, com isso se estará reproduzindo situações do seu cotidiano, que são de seu interesse.
Que fique claro, que minha prática neste sentido já vem se modificando há muito tempo e que sempre procuro trabalhar em cima da realidade do aluno.
Conversar com os alunos, ouvir suas histórias, brincadeiras, jogos, poesias entre outros recursos, trazem aprendizagens significativas e diversão. Trazer o contexto dos alunos para dentro da sala de aula, aproxima-os da escola e faz com que tenham vontade de saber cada vez mais, despertando a curiosidade e a criatividade de cada um.

CONHECENDO A LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS

A aula presencial de LIBRAS foi excepcional.


Primeiro fiquei meio desconfortável quando vi que a professora era surda...porquê??


A medida que aula foi se desenvolvendo, tive que reconhecer que era um pouco de preconceito e outro bastante de ignorância sobre o assunto.


A forma como a professora conseguiu se comunicar com a gente foi incrível. Ouvir suas mãos e gestos, falar sem nada dizer, descobrir que exite caminho para todas as situações foi maravilhoso!


Primeiro tive que fazer desconstruções, como: não se diz surdo/mudo e sim surdo; todos são capazes, basta querer e aprender; LIBRAS, é uma língua, e não é um código mundial, é a nossa língua de sinais, assim como o português é nossa língua.


Rimos das piadas da professora, fizemos brincadeiras e foi tudo muito bom e natural.


Aprendi que pessoas surdas tem totais aptidões para qualquer tipo de atividade, apenas as realizam diferentemente de nós e que para qualquer problema existem soluções e caminhos.



HISTÓRIAS E POLÍTICAS PÚBLICAS DA EJA





Na interdisciplina Educação de Jovens e Adultos no Brasil, fizemos a leitura do Parecer CEB no 11/2000 – Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação de Jovens e Adultos. A partir da leitura e em grupo, no Fórum, fizemos a discussão sobre o mesmo e uma síntese, que foi postada no webfólio do grupo.

Falar de EJA para mim é sempre muito bom, pois trabalhei por muito tempo com jovens e adultos.

O incrível foi ver que a medida que ia lendo, que eu não sabia quase nada sobre a história e políticas públicas da EJA. Mas o melhor foi saber que mesmo não conhecendo quase nada, trabalhava dentro do que é proposto no Parecer.

Foi interessante aprender sobre o conceito e as funções da EJA. Por que nos poucos cursos de formação que a nós foram propostos, não trabalhamos o Parecer? Com certeza meu trabalho com esses alunos teria sido muito mais rico.

Com certeza a EJA tem FUNÇÃO REPARADORA, pois busca resgatar as oportunidades perdidas e trazer para o mundo da escrita e da leitura, pessoas que no seu tempo não tiveram esta oportunidade. Com isso, levando-os a novas oportunidades no trabalho, na vida social, enfim, num mundo que os fará viver melhor.

A FUNÇÃO EQUALIZADORA da EJA relaciona-se a igualdade de oportunidades. Nesta linha, a educação de jovens e adultos, apresenta uma promessa de efetivar um caminho de desenvolvimento a todas as pessoas, de todas as idades. Nele adolescentes jovens e adultos poderão atualizar conhecimentos, mostrar habilidades, trocar experiências e ter acesso a novas formas do trabalho e da cultura.

A FUNÇÃO QUALIFICADORA da EJA é aquela considerada permanente, e, mais que uma função, é próprio sentido da educação de jovens e adultos. Refere-se à educação permanente, com base no caráter incompleto do ser humano, cujo potencial de desenvolvimento e de adequação pode se atualizar em quadros escolares ou não-escolares.

Mesmo não conhecendo, na época sobre as funções, sempre procurei trabalhar dentro destas propostas.

Com certeza este trabalho foi enriquecedor e esclarecedor. É uma leitura que, se voltar a trabalhar na EJA, terei que refazer, para que minhas práticas pedagógicas venham de encontro ao que estes indivíduos buscam ao retornar para a escola.